A Menina Gotinha de Água - parte V

A menina
Gotinha de Água,
vestida de esmeralda
e luar,
olhou o pastorinho,
olhou as flores
e os bichinhos
do monte
e disse-lhes:
— Bom dia, amiguinhos!
E pôs-se a saltar
de pedra em pedra,
a correr,
a saltar,
a cantar
toda contente.
Atrás dela
vinham
suas irmãzinhas,
e todas vinham
muito contentes
e felizes.
E tanto correram,
tanto saltaram
que em breve,
eia!
estavam
no ribeiro
ao pé do moinho.
— Olá, senhor moleiro!
— Bom dia, meninas.
E as gotinhas
de água,
vestidas de esmeralda
e luar,
puseram-se
a empurrar
com suas mãozinhas
a roda
do moinho,
e o moleiro
todo contente
dizia:
— Obrigado!
Obrigado!
E seguiram.
Saltavam
de penedo
em penedo,
corriam
a cantar
entre os peixinhos
e as enguias
esguias
do ribeiro.
Caminharam.
Caminharam.
Por entre montes,
no meio de vales,
de aldeia em aldeia.
E eis
chegaram um dia
à enorme represa,
àquela albufeira
ainda vazia.
E toca a enchê-la
enche que enche
que queriam vê-la
a transbordar.
Quantos dias passaram?
Estavam agora no topo
da alta barragem.
Então
a menina Gotinha de Água
disse às suas irmãzinhas:
— Meninas, vamos agora
pôr a girar o pião
da electricidade!
— Vamos! vamos lá!
E lançaram-se
a toda a velocidade
do alto da barragem.
E
todas vestidas de esmeralda
e luar
enquanto empurravam
com quanta força tinham
as pás da turbina
felizes cantavam:
Roda que roda
gira pião
roda turbina
na nossa mão
canta rodízio
o novo prodígio
bailemos de roda
gira dança pião
ai roda que roda
na nossa mão.