Depois
outros rios
se vieram juntar,
tecendo os fios,
os caminhos
a caminho do Mar.
Até que um dia...
um dia
eia!
chegaram ao estuário
do grande rio.
Eram
agora
milhões
e milhões
de gotinhas
de água
a correr,
a brincar,
a cantar
a caminho
do Mar.
E havia
barcos
no rio
e homens
a pescar
e pontes,
vilas
e cidades
debruçadas
nas margens
a vê-las passar.
Uma tarde,
a menina
Gotinha de Água
estremeceu
de amor.
Uma gaivota
roçou-lhe
de leve
com a sua asa.
Era o Mar
Que estava perto!
O rio
era cada vez
maior,
mais largo,
mais fundo.
E havia
já grandes navios
e uma grande cidade
cheia de casas
e de gente.
A menina
Gotinha de Água
pôs-se a correr
mais ligeira
e disse
às irmãzinhas:
- Vamos, meninas,
toca a andar
que estamos
a chegar
à nossa casa
no Mar!
E uma toninha
que subia
o rio
deu um salto
fora da água
e disse:
- Ora viva
quem é
tão linda!
O céu
estava cheio
de gaivotas
que brincavam
com o fumo
dos navios
e gritavam
alegremente
quando viam passar
vestida de esmeralda
e luar
a menina
Gotinha de Água:
-Ora viva!
Ora viva!
Então,
a linda menina
Gotinha de Água,
vestida de esmeralda
e luar,
viu
que chegara
finalmente
ao Mar.
E desatou
a cantar:
Eu sou
a menina
Gotinha de Água,
gotinha azul
do Mar,
que foi
nuvem
no ar,
chuva
abençoada,
fonte
a cantar,
ribeiro
a saltar,
rio
a correr,
e que volta
à sua casa
no Mar
onde vai
descansar,
dormir
e sonhar
antes que
de novo
torne a ser
nuvem no ar,
chuva
abençoada,
fonte
a brotar,
ribeiro
a saltar,
rio a correr
e Mar
uma
vez mais.